O Mistério do Mundo

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O mistério do mundo,
O íntimo, horroroso, desolado,
Verdadeiro mistério da existência,
Consiste em haver esse mistério.
...

Não é a dor de já não poder crer
Que m’oprime, nem a de não saber,
Mas apenas completamente o horror
De ter visto o mistério frente a frente,
De tê-lo  visto e compreendido em toda
A sua infinidade de mistério.
...


Quanto mais fundamente penso, mais
Profundamente me descompreendo.
O saber é a inconsciência de ignorar
...

Só a inocência e a ignorância são
Felizes, mas não o sabem. São-no ou não?
Que é ser sem o saber? Ser, como a pedra,
Um lugar, nada mais.
...

Quanto mais claro
Vejo em mim, mais escuro é o que vejo.
Quanto mais compreendo 
Menos me sinto compreendido. Ó horror
paradoxal deste pensar...
... 

Alegres camponesas, raparigas alegres e ditosas,
Como me amarga n’alma essa alegria!

Fernando Pessoa
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Ofereço uma Rosa...

 
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Ofereço a você, uma rosa...
A quem me deu perfume,
A quem  me deu sentido.

A  quem só me fez bem.
Ofereço uma rosa,
Àqueles que sorriram comigo,
Àqueles que comigo partilharam lágrimas,
Àqueles que souberam da minha existência.
Ofereço uma rosa,
Aos  nobres do sentir,
Aos ricos do viver,
Aos imperadores do amor.
Ofereço uma  simples rosa,
Àqueles que simplesmente foram amigos,
Que ternamente fizeram do silêncio sair sons,
Que cantaram comigo,
Que me olharam e ouviram o que eu tinha para dizer,
Essa rosa é para você!!!

O Medo de Amar...

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Numa relação, a dificuldade da grande aprendizagem da “aceitação”, reside no aparente mecanismo do ser humano, automaticamente preparado em estabelecer certos limites que impedem de nos reconhecermos abertamente no outro. Essa não-aceitação está ligada à imagem que temos de nós mesmos. Com facilidade, acusamos o outro de defeitos ou incapacidades, não percebendo que podemos sofrer  do mesmo.

Fundir-nos no outro não é tarefa fácil. Mas quando as compatibilidades são muito superiores às incompatibilidades, torna-se mais fácil  cada um abdicar um pouco de si, adaptar-se e saber aceitar os defeitos do outro,  lembrando dos nossos.

Por vezes ocorre estarmos muito tranquilos no  relacionamento, acreditando que tudo está na paz dos anjos e, quase de súbito,  aparece alguém que desafia um de nós. Aqui devemos parar para pensar, se é outra  pessoa fora da relação que está a desafiar um dos elementos da relação, ou se  somos nós próprios (um desafio interno), é então altura de parar um pouco e  perceber o que está a acontecer.

Se esta situação se dá dentro da  relação, o casal poderá assumir em conjunto o desafio e darem um brilho especial  às questões erótica e amorosa. Isto se estiverem aptos para aproveitarem a  oportunidade que a vida está a dar para regenerar a capacidade própria de cada  um em se aceitar, amar e produzir transformações internas. Não permitindo que  uma possível rotina permaneça por mais tempo, e a cada desafio será uma nova  etapa, uma nova oportunidade, pois é impossível que não exista uma certa rotina  numa relação, mas é possível renovar a cada contrapasso a relação, saindo então  da rotina, fortalecendo-a e trazendo-nos novos conhecimentos. Estes são momentos  poderosos, onde basicamente temos duas alternativas: ou sucumbimos ao imobilismo  ou aceitamos a transformação.

O carácter das pessoas vê-se nas suas atitudes ...

Refiro-me com isto à expressão social, à estética e à harmonia que são caras ao indivíduo, falo de Vénus que se empenha em agradar, se bem todos tenhamos uma  Vénus, esta será caracterizada e individualizada pelo signo, a casa que rege, as  suas condições de residência, padrões que forma com outros planetas etc. 

Existem pessoas que parecem ter nascido com a chamada “The right attitude”, destacam-se pelo seu brilho, pela harmonia e graça que expandem, pela  sociabilidade que naturalmente as torna nas mais populares. Se pudéssemos verificar o horóscopo destas pessoas iríamos encontrar uma Vénus de alguma
forma  destacada, iluminada, aumentada e espicaçada a saltar à vista de todos. 

Ao passo que existem pessoas que têm Saturno consigo, são pessoas que se retraem, que adoptam uma postura de defesa por receio de não ser aceite, têm
uma  necessidade de estrutura que lhes pode retirar a espontaneidade, assim como uma  repressão dos valores estéticos em prol dos concretos e ditos sérios, o
receio  que leva a este abandono numa tentativa de defesa antecipada de possíveis  desilusões, reflecte-se num atraso no amadurecimento dos reais valores  Venezianos, até entenderem que não é a retracção mas a construção harmoniosa que  está a ser pedida, como se pede a um arquitecto que crie uma estrutura sem  descurar a estética.

O pânico e as crises de stress

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Tanto pela experiência de observação em diversas pessoas como pela minha própria, acredito que o pânico ou uma crise de stress, são sintomas extremos de excesso de controle sobre a nossa pessoa, sobre a vida, sobre os acontecimentos,  etc...

Do excesso de controle, temos por base o medo (o medo de sofrer,  de perder, medo de ficar sem, etc…). Tomados por estes medos,
passamos a ter um  excesso de controle em manter o que temos ou quem somos, esquecendo-nos  completamente que a vida é um fluir constante de experiências, de pessoas, de  eventos, de emoções. Que conforme a Vida trás, também leva, que há dias tristes,  mas também há dias felizes, que às vezes é para chorar, outras é para rir.

Quem resiste a este movimento natural de que a própria natureza é o  nosso maior modelo, cai no excesso de controle de querer manter as experiências,  as pessoas, os eventos, as emoções, tudo sob controle de maneira a nunca  experimentar o seu lado negativo. Logo ao rejeitar a experiência dos lados  negativos estão, sem saber, a fechar as portas ao positivo pois ambas estão  ligadas e procuram constantemente o equilíbrio. Quando chegamos a um momento na  nossa vida em que desistimos de controlar seja o que ou quem for, passamos a  estar em contacto com a única coisa que realmente podemos mudar ou
controlar; a  maneira como reagimos à vida.